terça-feira, 9 de novembro de 2010

INSCRIÇÕES PARA A 5ª MOSTRA PRORROGADAS ATÉ ESTA QUARTA-FEIRA (DIA 10.11)

Ficha de inscrição válida para território NACIONAL e INTERNACIONAL

Download AQUI

5ª Mostra Recife de Fotografia

Dicas para produção da apresentação

Existem muitos programas para produção de apresentação em formato de vídeo. É possível que o seu computador já tenha alguma dessas ferramentas, seja um PC, um Mac ou Linux. Abaixo algumas dicas gerais e links para tutoriais que podem te ajudar a produzir ou finalizar uma apresentação.

Talvez o mais famoso dos programas seja o Final Cut, da Apple, mas o Windows Movie Maker é bastante popular (pois faz parte do pacote do Windows) e está presente em praticamente toda máquina PC. Uma rápida pesquisa na Internet mostrará muitos outros programas disponíveis, vários deles gratuitos.

Em geral os programas seguem uma mesma lógica, onde você importa as imagens para seu filme, define tempos e transições, adiciona música e créditos. No final, exporta para um formato de vídeo que deseja, definindo algumas características como formato de tela e resolução.

O importante é que você fique atento a alguns detalhes que fazem diferença numa apresentação:

l dinâmica – tempos muito grande para cada imagem pode deixar a apresentação monótona. Tempos muito curtos pode dificultar a leitura da imagem.

l Uma grande apresentação não significa uma apresentação grande. Muitas vezes uma estória pode ser contada em menos imagens e ser ainda mais expressiva.

l A música deve ser usada para ajudar a passar a mensagem e pontuar algumas imagens. Uma batida mais forte, um silêncio, tudo isso pode ser casado com as fotografias para chamar a atenção do público.

l Esta é uma mostra de fotografia, ou seja, você pode até usar elementos de vídeo, mas o foco é a fotografia.

l Cuidado para não abusar de efeitos especiais e transições que possam tornar a leitura do seu trabalho mais difícil.

Não existem regras fechadas. O bom senso é que conduz as decisões. Reveja seu vídeo e mostre para outras pessoas para sentir se precisa de mais algum retoque.

Alguns links com tutoriais e dicas para produção de vídeos:

http://www.microsoft.com/brasil/windowsxp/moviemaker/videos/create.mspx

http://www.youtube.com/watch?v=UYt24cLRBLo

http://www.slideshare.net/georgiastella/tutorial-movie-maker-presentation-821962

Envio pela Internet

Por e-mail

l Deve seguir as mesmas especificações constantes no regulamento, em relação aos formatos, tipos de arquivos, duração da apresentação e qualidade.

l É preferível que todos os arquivos sejam agrupados em um só arquivo zip ou rar, identificado com nome do autor e título do trabalho.

Por serviços de ftp ou compartilhamento de arquivos

l Deve seguir as mesmas especificações constantes no regulamento, em relação aos formatos, tipos de arquivos, duração da apresentação e qualidade.

l É preferível que todos os arquivos sejam agrupados em um só arquivo zip ou rar, identificado com nome do autor e título do trabalho.

l Após fazer o upload dos arquivos, os participantes deverão encaminhar os links para download do material para o e-mail da IV Mostra Recife de Fotografia: mostrarecifefoto@gmail.com

Existem vários servidores que disponibilizam o serviço gratuitamente. Disponibilizamos aqui uma lista com algumas sugestões:

http://www.sendspace.com/

http://www.megaupload.com/pt/

http://www.easy-share.com/

http://www.megashares.com/

http://www.rapidshare.com/

https://www.yousendit.com/

Mais informações na Gerência de Serviços de Fotografia

Das 9h às 12h e 14h às 17h
AV. Montevideu, 114 – Boa Vista / Recife

(81) 3355 3152 3355 3153

Fonte:

http://www.semanadefotografia.artesvisuaisrecife.org/?page_id=138

IV Semana de Fotografia do Recife abre inscrições para oficinas

Estarão abertas, nesta segunda-feira (08.11), as inscrições para sete oficinas da IV Semana de Fotografia do Recife. Os interessados têm até o dia 12 para efetuar a inscrição para 115 vagas disponíveis. A lista dos selecionados será divulgada no dia 15 de novembro (segunda-feira) e as aulas serão iniciadas no dia seguinte (terça-feira, dia 16). As aulas são gratuitas.

As inscrições podem ser feitas presencialmente no CFAV (Centro de Formação em Artes Visuais, no Pátio de São Pedro, bairro de São José), no horário comercial, ou pela internet via e-mail oficinasfotorecife@gmail.com.

Cada pessoa só poderá se inscrever para uma única oficina e deve escolher aquela que tem disponibilidade para participar integralmente.

Para participar da seleção das oficinas de Evandro Teixeira, Jorge Bispo, Fernanda Magalhães e Dirceu Maués, os interessados precisam levar ou enviar pela internet o currículo e a ficha de inscrição devidamente preenchidas.

Já nas oficinas de Luciana Cavalcanti, Paulo Pereira e Mila Targino esses pré-requistos não são necessários, pois as oficinas são voltadas majoritariamente para jovens das comunidades populares do Recife. Informações: (81) 3355 3152/3153.

Abaixo as ementas e as datas dos cursos:

:: OFICINAS ::

::: Câmeras Artesanais por DIRCEU MAUÉS (CE) :::

Após o surgimento da tecnologia digital, a fotografia ficou cada vez mais acessível. Mas há uma magia a ser descoberta, guardada na caixa escura. Esta oficina propõe um exercício prático e divertido de desmonte da câmera e do processo fotográfico. Desmontar o aparelho para descobrir e dominar a forma mais básica e essencial de seu funcionamento e poder usar esse conhecimento de uma forma lúdica e criativa.

Dirceu Maués propõe aos participantes que experimentem o processo fotográfico a partir da construção de câmeras artesanais. Explorar as possibilidades criativas desse processo, seja para o desenvolvimento de um trabalho autoral dentro do campo da fotografia e das artes, por hobby ou simplesmente para descobrir como é viável, e muito divertido, fotografar utilizando uma câmera construída pelas próprias mãos.

Período: 17 a 20 de novembro

Horário: 9h às 12h

Vagas: 20 vagas

Local: Centro de Formação e Artes Visuais (CFAV) (Pátio de São Pedro)

Público Alvo: fotógrafos ou pessoas interessadas em fotografia

Perfil do Oficineiro:

Fotógrafo desde 1991, Dirceu Maués atuou como instrutor de oficinas de fotografia na Fundação Curro Velho na década de 90, em Belém. Foi repórter fotográfico nos grandes jornais impressos daquela cidade por 12 anos e desde 2003 desenvolve trabalho autoral nas áreas da fotografia, cinema e vídeo. Tem como base pesquisas com a construção de câmeras artesanais e utilização de aparelhos precários. Em 2009, foi contemplado com uma bolsa de residência em arte na Künstlerhaus Bethanien/Berlim pelo programa Rumos Itaú Cultural. No mesmo ano, também foi contemplado com a Bolsa Funarte de estimulo à criação artística e foi um dos 40 fotógrafos que participaram do projeto Encontros com a Fotografia – FNAC. Seus Trabalhos fazem parte das Coleções Pirelli-Masp, Fnac, VideoBrasil, MAC-PR, MARP (Ribeirão Preto), MEP – Museu de Arte do Pará e Coleção Joaquim Paiva.

Para conhecer mais:

http://www.youtube.com/user/dmaues

http://atelieresidencia.wordpress.com/

::: Fotografia e Performance FERNANDA MAGALHÃES (PR) :::

Esta oficina é estruturada a partir de reflexões sobre a fotografia e performance, abordando o trabalho realizado por alguns artistas/fotógrafos e por uma proposta prática coletiva. O trabalho é desenvolvido a partir de debates realizados em grupo sobre os trabalhos apresentados. Após as reflexões e debates estabelecidos, Fernanda traz a proposta da realização de uma ação performática, ‘Corpo Re-Construção Ação Ritual Performance’.

As ações performáticas têm como resultado registros que constituem o trabalho. São impressões/inscrições dos corpos sobre lençóis, fotografias, vídeos, paisagens sonoras, desenhos e gravuras. O material produzido é considerado como Fotografia Expandida, uma multiplicação da própria linguagem. Durante a oficina é produzida a Ação n. 12, impregnada dos debates do grupo e de suas peculiaridades. O trabalho se completa com os registros deste momento performático. Todo material produzido e editado poderá compor o acervo do projeto e ser mostrado em futuras exposições e/ou publicações. A ideia é que o trabalho possibilite uma multiplicação rizomática.

Período: 17 a 20 de novembro

Horário: 14 às 18h

Vagas: 20 vagas

Local: Museu Murilo La Greca (Rua Leonardo Bezerra Cavalcanti 366, Parnamirim)

Público Alvo: Fotógrafos, artistas, estudantes de artes ou qualquer interessado em uma produção de fotografia e performance. Artistas da área de audiovisual também são bem vindos. Se os participantes tiverem câmeras digitais ou filmadoras podem levar para a oficina.

Perfil da Oficineira

Fernanda Magalhães (1962, Londrina, Paraná, Brasil). Artista, fotógrafa e professora universitária. Doutora em Artes pela UNICAMP (2008) e especialista em Fotografia pela Universidade Estadual de Londrina/UEL (1997). Docente da Universidade Estadual de Londrina nos cursos de graduação em Arte Visual (desde 1991) e Especialização em Práxis e Discurso Fotográfico (desde 1998). Membro do Colegiado Setorial das Artes Visuais junto ao Ministério da Cultura (gestão 2010/2011). Recebeu o VIII Prêmio Marc Ferrez de Fotografia do Ministério da Cultura / FUNARTE (1995) pelo projeto “A Representação da Mulher Gorda Nua na Fotografia”. Partcipa de diversa publicações, como “A Estalagem das Almas” (Travessa dos Editores, 2006) em parceria com a escritora Karen Debértolis. Entre as exposições nacionais e internacionais que participou destacam-se “Corpo na cidade – perfomances em Curitiba” (Curitiba, 2009); “Mapas Abiertos – Fotografia LatinoAmericana 1991-2002” (Europa -2003/2008); “A Estalagem das Almas” (Antuérpia, Bélgica, 2008; FotoRio, 2007, e FotoArte, 2007); “Corpo Re-Construção Ação Ritual Performance” (Ybakatu Espaço de Arte, Curitiba, 2006) ; “Mix Brasil Londrina, Festival da Diversidade Sexual” (Casa de Cultura UEL, 2004); “Impressões da Memória” (Museu de Arte de Londrina, novembro 2002 a janeiro 2003); “Panorama da Arte Brasileira” (MAM-SP, MAM-RJ, MAM-BA 2001/2002); “Bienal Internacional de Fotografia Cidade de Curitiba” (Curitiba, 1998/2000); “Balaio Brasil” (SESC Belenzinho, São Paulo, 2000) e “Body Politic Exhibit” (Syracuse, NY, 2000).

Para conhecer mais:

http://www.fernandamagalhaes.com.br
http://fermaga.blogspot.com/
http://artetransmultiflexmixmultimaga.blogspot.com/

::: Fotojornalismo: a fotografia na construção da história por EVANDRO TEIXEIRA (BA) :::

Nesta oficina, o repórter fotográfico Evandro Teixeira divide com os participantes a experiência de cobrir notícias que representam fatos importantes para a história do país. A parte prática da oficina é feita por meio de uma saída fotográfica e posterior edição e comentários sobre as fotos produzidas.

Período: 18 a 21 de novembro

Horário: dias 18 e 19 (15 às 18h), dia 20 (integral, saída fotográfica) e dia 21 (9h às 12h)

Local: MinC (Rua do Bom Jesus, 237 - Bairro do Recife)

Vagas: 20 vagas

Requisitos: Os participantes devem possuir equipamento próprio.

Perfil do Oficineiro

Evandro Teixeira, nascido na Bahia, começou a sua carreira de fotógrafo em 1958 no jornal Diário da Noite, no Rio. Em 1963, ingressou no Jornal do Brasil, onde ficou até o seu fechamento em 2010, cobrindo os principais episódios políticos, sociais e esportivos do país e eventos marcantes do cenário mundial. As lentes de Evandro Teixeira registraram fatos relativos ao Golpe militar no Brasil, golpe no Chile, jogos olímpicos, copas do mundo, visitas de reis e rainhas, viagens presidenciais, peregrinações de papas, desfiles de moda em Paris, violência policial, seca no Nordeste, entre outros. Seu nome e currículo estão na Enciclopédia Internacional de Fotógrafos, onde estão reunidos os maiores nomes da fotografia no período de 1839 até os dias de hoje. Suas fotos fazem parte dos acervos do Museu de Arte Moderna do Rio, Masp e Museu de Arte Contemporânea de São Paulo, Museu de Belas Artes de Zurique, Suíça e Museu de Arte Moderna La Tertulia, Cáli, Colômbia. Evandro editou dois livros: "Evandro Teixeira - Fotojornalismo", lançado em 1982, registra acontecimentos e personagens nacionais e internacionais mercantes desde a década de 60, "Canudos 100 Anos", eterniza, através da fotografia em preto-e-branco, os vestígios e os sobreviventes da Guerra de Canudos.

Para saber mais:

http://www.evandroteixeira.net/

::: Retrato – experiência com JORGE BISPO (RJ)

Esta oficina faz uso de referências de grandes retratistas (fotógrafos ou pintores) para a concepção da foto, além de trabalhar temas como: ‘o que fazer para convencer os retratados sobre a sua ideia e observar os limites de criação para não descaracterizar o personagem?’ Outros detalhes, como luz para formatos diferenciados de retrato e como desenvolver bons retratos em períodos curtos de tempo também serão debatidos no curso.

Período: 17 e 18 de novembro

Horário: 10h às 13h e de 14h30 às 17h30

Local: a definir

Vagas: 20 vagas

Público Alvo: Fotógrafos

Requisitos: os alunos devem ter noção básica ou avançada de fotografia e possuir câmera digital reflex.

Perfil do Oficineiro

Formado em artes plásticas pela Escola de Belas Artes na UFRJ, o carioca Jorge Bispo trabalhou em alguns dos principais veículos de imprensa do Brasil, como Jornal do Brasil e Editora Abril. Colabora com retratos, ensaios e fotografia de moda para publicações como - Vogue Brasil, Playboy Brasil, Trip, TPM, Vip, Homem Vogue. Paralelo ao seu trabalho editorial desenvolve projetos pessoais, como “Vestido de noiva”.

Em 2004, expôs o trabalho “Vestido de noiva” na galeria ArtexArte , em Buenos Aires (Argentina)

Participou da mostra coletiva Mostra o seu que eu mostro o meu, na Casa França-Brasil no Rio de Janeiro, com o trabalho “AU.tóp.sia”. Em 2006 realizou a exposição individual “Retratos” na galeria do Ateliê da imagem, no Rio de Janeiro. Em 2007 expôs “Portraits du cinema Bresilien” em Bruxelas (Bélgica) e “City of god” em Paris (França). Tem obras na coleção Joaquim Paiva (Brasil), Jean Pierre Delort (França) e em outras coleções particulares. Finalista do Prêmio Abril de 2006 – Categoria retrato. Duas vezes finalista do Prêmio O melhor da Fotografia Brasileira 07/08 – 08/09 na Categoria Portrait.

Para conhecer mais:

www.jorgebispo.com

::: A Casa e A Gente por LUCIANA CAVALCANTI (PE) :::

“A Casa e A Gente” quer proporcionar um olhar a respeito do que é nosso universo particular, a partir de fotografias realizadas de nossas famílias e dos objetos e espaços que compõem nossa casa. A experiência na oficina deseja afirmar a importância da fotografia no ato de registrar para conceder história, poesia e memória à vida. Além disso, quer mostrar o universo particular por meio dos retratos e falar sobre questão da memória, tão importante para a construção da identidade de um povo.

Período: 17 a 20 de novembro

Horário: 8h às 12h

Local: a definir

Vagas e público alvo: 20 vagas (15 vagas para jovens moradores de comunidades populares da Região Metropolitana do Recife que sejam fotógrafos ou interessados em fotografia e 5 vagas para fotógrafos amadores ou profissionais de outros bairros do Recife).

Requisitos: Os alunos devem trazer algum tipo de câmera digital compacta.

Biografia da Oficineira

Fotógrafa e jornalista pernambucana, formada em 1997 pela UFPE, em São Paulo desde 2001. Extensão em Direitos Humanos em Brasília pela UnB, em 2000. Em 1998 iniciou no fotojornalismo no Jornal Correio Braziliense e no Sindicato dos Professores do Distrito Federal. Fotografa para editoras, ongs e meio corporativo. Trabalhou de 2002 a 2006 no jornal Folha de São Paulo. Também neste período realizou ensaios na Colômbia e na Bolívia, sobre Manguezal e Virus da Raiva Humana com as bolsas de estudo da Fundação Nuevo Periodismo Iberoamericano e passou a se interessar pelo tema da América Latina. Em 2007 participou do projeto O Brasil passa pelo SESC” juntamente com 37 fotógrafos que documentaram o país e seu povo. Foi finalista no Prêmio Abril de Jornalismo com fotografias para Matéria Completa da revista Men´s Health. Ministrou o workshop Formação de Repórteres Fotográficos Mirins” no IV e V Festival Internacional de Fotografia Paraty em Foco em 2008 e em 2009 respectivamente. Em 2008 trabalhou no processo de digitalização e tratamento de parte do acervo histórico fotográfico artístico da Bienal de São Paulo, com coordenação de Millard Schiller. Escreve o blog Fotograficaminhamente e tem se concentrado também em estudos acadêmicos sobre história e fotografia na USP. Atuallmente participa do coletivo fotográfico Paralaxis. Tem fotos do ensaio pessoal “Transição” na coleção de Oswaldo Correia da Costa.

Para saber mais:

www.paralaxis.com.br

www.fotograficaminhamente.blogspot.com

::: A fotografia como ferramenta de educação visual - caminhos possíveis por PAULO PEREIRA (SP) :::

A fotografia tornou-se objeto de consumo dentro de uma sociedade cada vez mais visual. Grande parcela da população possui de alguma forma o aparelho fotográfico, fazendo aplicações diversas às fotografias na rede. Perceber o universo fotográfico e sua linguagem como referência de percepção visual é a pretensão desta oficina. Criando novas formas de interação entre o indivíduo e seu ambiente, Paulo Pereira se utiliza de suas experiências para facilitar a aprendizagem desta linguagem, fazendo com que o participante perceba – com experiências teóricas e práticas – o aparelho como ferramenta de expressão, aplicando-lhe uma função de acordo com as experiências desenvolvidas.

Período: 17 a 20 de novembro

Horário: 8h30 às 12h

Local: Torre Malakoff

Publico alvo: jovens de 15 a 20 anos, moradores de comunidades populares da Região Metropolitana do Recife interessados em fotografia.

Requisitos: trazer qualquer câmera fotográfica digital ou celular com câmera

Perfil do Oficineiro

Fotógrafo. Nasceu, vive e trabalha em São Paulo. Estudou Rádio e TV e posteriormente fotografia, mas iniciou sua carreira fotográfica em estúdios de publicidade. Seguiu para o mercado editorial e institucional onde colabora com diversos títulos e clientes como Editora Abril, Agência New Content, Valor Econômico, Ministério da Cultura, entre outros. Atua também com pesquisa documental e artística. Participou de algumas exposições coletivas em São Paulo, Espírito Santo, Ceará, Pernambuco e Rio de Janeiro. Foi selecionado em alguns festivais de fotografia como I Fórum Latino Americano de Fotografia, SP Photo Fest e DeVercidade. Integra projetos autorais em diferentes parcerias. Fundou recentemente o Estúdio Luzia, em parceria com quatro fotógrafos especializados em fotografias editoriais e autorais, onde também promovem oficinas, workshops e palestras voltadas para diferentes temas da imagem, além da fotografia.

Para saber mais:

http://estudioluzia.com.br/

::: Interior com metal, exterior com ruína: fragmentos de uma história comuna Por

MILA TARGINO (PE) :::

Esta oficina procura trabalhar o desenvolvimento crítico do olhar contemplando aspectos da captação de imagem em laboratório PB (fotograma em papel sensível à luz), e desenvolvimento de técnicas criativas de pintura-química com esses mesmos papéis.

Período: 16 a 19 de novembro

Horário: 14h às 18h

Local: Oi Kabum! (Rua do Bom Jesus, Bairro do Recife)

Vagas: 15

Publico alvo: Jovens moradores de comunidades populares da Região Metropolitana do Recife interessados em fotografia.

Perfil da Oficineira

Fotógrafa por vocação, pesquisadora por formação e educadora por aprendizagem. Dedica-se à fotografia experimental e ao estudo acadêmico e técnico de imagens fotográficas oitocentistas desde tempos imemoriais. Finalizou no PPGCOM - Programa de pós-graduação em comunicação da UFPE - a dissertação de mestrado intitulada “Coleção Francisco Rodrigues: a construção da alteridade na fotografia pernambucana do século XIX”. Hoje, desenvolve, no mesmo programa de pós-graduação em comunicação, atese de doutoramento: “Theorema de lumine et umbra. Uma arqueologia dos primórdios da fotografia.”. Coordena um pequeno grupo de estudo chamado Papier Salé, versado em fotografia experimental com técnicas do século XIX e fórmulas químicas contemporâneas, em parceria com o Departamento de química fundamental da UFPE.

IV Semana de Fotografia do Recife promove Mostra Cinema São Luiz

Entre os dias 9 e 11 de novembro (de terça a quinta-feira da próxima semana), a IV Semana de Fotografia do Recife realiza uma mostra gratuita no Cine São Luiz. Os filmes - curta, média e longa-metragens - tratam de temáticas que envolvem o universo da fotografia, das suas construções históricas, passando pelo limites do presente e seu papel em constante transformação para o futuro.

Durante três dias, com sessões sempre a partir das 18h30, o público recifense terá a chance de conferir desde trabalhos premiados internacionalmente, entre eles Nascidos em bordéis, ganhador da estatueta de melhor documentário no Oscar 2005 -, que retrata o olhar de crianças pobres da Índia por elas mesmas, - a documentários personalistas sobre vida dos ilustres fotógrafos Pierre Verger e Annie Leibovitz.

Na grade, a reflexão sobre o papel do fotojornalismo contemporâneo é levantada pelos documentários Abaixando a máquina – Ética e dor no fotojornalismo carioca, de Guillermo Planel e Renato de Paula, e Evandro Teixeira – instantâneos de realidade, de Paulo Fontenelle.

Confira abaixo a programação:

09/11 Terça - feira

18h30

- RIO DE MEMÓRIAS
(Direção: José Inácio Parente. Brasil, 1987, Doc., 33 min.)

Sinopse
Este documentário traça, simultaneamente, a história da fotografia e da cidade do Rio de Janeiro, no período de 1840 a 1930. Uma pesquisa seminal que conta a evolução do ofício mágico dos fotógrafos, dos pintores da luz, na sua incansável documentação dos costumes, dos tipos humanos e da arquitetura da época.

- EVANDRO TEIXEIRA - INSTANTÂNEOS DA REALIDADE
(Direção: Paulo Fontenelle.
Brasil, 2004, Doc., 76 min.)

Sinopse
Um apanhado em movimento de imagens produzidas por Evandro Teixeira, um dos principais nomes do fotojornalismo brasileiro, no decorrer de sua carreira. Entre elas, estão momentos importantes da história do país e do mundo, de episódios políticos (regime militar no Brasil e a queda do governo Allende no Chile) a eventos esportivos (cobertura de Copas do Mundo e Jogos Olímpicos).

20h30

- A LATA MÁGICA
(Realização: Grupo Lata Mágica. BRA, 2007, Doc., 6 min. 8 seg.)

Sinopse
Documentário do Grupo Lata Mágica (Porto Alegre – RS), resultado de oficinas pinhole (técnica fotográfica de captar imagem em uma lata) em diversos bairros da cidade.

- ABAIXANDO A MÁQUINA
(Direção: Guillermo Planel e Renato de Paula. Brasil, 2008, Doc., 65 min.)

Sinopse
Polêmico, o doc. "Abaixando a Máquina - Ética e Dor no Fotojornalismo Carioca" é um dos trabalhos mais fortes de reflexão sobre o fotojornalismo feito hoje ao discutir os limites da ética e da superexposição da tragédia humana sob o cenário da guerra do tráfico nos morros do Rio de Janeiro, há dois anos. Um registro ainda atual, que revela como se dá a relação que existe entre os fotógrafos com as comunidades carentes, como são feitas as coberturas nos conflitos armados, a divulgação da tragédia consumada e seu impacto na forma como as pessoas sentem e reagem ao cotidiano violento.

10/11 Quarta - feira

18h30

- ÁLBUNS DA MEMÓRIA: FOTOGRAFIA NA PARAÍBA
(Direção: Bertrand Lira e Co-direção: Elisa Cabral. Brasil, 2000. Doc., 13 min. 30 seg.)

Sinopse
Baseado no livro “Fotografia na Paraíba: um inventário dos fotógrafos através do retrato (1850-1950), de Bertrand Lira, o vídeo resgata, com passagens de ficção, o trabalho dos fotógrafos itinerantes na Paraíba do século 19, abordando a fixação dos primeiros fotógrafos estrangeiros na região, o surgimento dos primeiros retratistas, a atividade dos lambe-lambes e dos estúdios e a produção dos primeiros cartões-postais.



– PIERRE VERGER – MENSAGEIRO ENTRE DOIS MUNDOS
(Direção: Lula Buarque de Holanda. Brasil, 1998, Doc., 84 min.)

Sinopse
Documentário sobre a vida e obra do fotógrafo e etnógrafo francês Pierre Verger, narrado e apresentado por Gilberto Gil e dirigido por Lula Buarque de Hollanda. Após viajar ao redor do mundo como fotógrafo, Pierre Verger radicou-se em Salvador da Bahia em 1946, onde passou a estudar as relações e as influências culturais mútuas entre Brasil e o Golfo do Benin, na África.

20h30

- BRINCANDO COM A LUZ
(Direção: Ricardo Peixoto. Brasil, 2007, Doc., 9 min.)

Sinopse
Relato do trabalho de arte-educação desenvolvido há dez anos pelos profissionais da Agência Ensaio em várias cidades do país, que utiliza a fotografia como fio condutor no processo de criação e formação do indivíduo. Os registros foram feitos em Belém, Cuiabá, Rio de Janeiro, Recife, João Pessoa e no interior da Paraíba (Monteiro, Cajazeiras e Pombal).

- NASCIDOS EM BORDÉIS - Born Into Brothels: Calcutta's Red Light Kids(Direção: Zana Briski / Ross Kauffman. Índia/ EUA, 2004, Doc., 85 min.)

Sinopse
Vencedor do Oscar de melhor documentário e do Prêmio no Festival de Sundance em 2005, Nascidos em bordeis mostra a vida de crianças do bairro da Luz Vermelha, na periferia de Calcutá. O aparente enriquecimento da Índia deixa de lados os menos favorecidos. Porém, ainda há esperanças. Os documentaristas Zana Briski e Ross Kauffman procuram essas crianças e, munidos de câmeras fotográficas, pedem a elas que retratem tudo que lhes chamam a atenção. Os resultados são emocionantes.

11/11 Quinta - feira

18h30

- RETRATO PINTADO
(Direção: Joe Pimentel. Brasil, 2000, Doc., 13 min.)

Sinopse
A história de um retratista do interior do Nordeste e de como sua arte resiste ao tempo.

- BARAKA - UM MUNDO ALÉM DAS PALAVRAS
(Direção: Ron Fricke. EUA, 1992, Doc., 106 min.)

Sinopse
Baraka é uma antiga palavra que pode ser traduzida como sopro ou essência da vida, de onde se desencadeia o processo de evolução da vida. Com imagens captadas em 24 países, nos seis continentes do globo, Baraka busca traduzir visualmente a ligação do ser humano com a Terra. Baraka é um espetáculo visual deslumbrante que deve ser visto, sentido e vivido para ser compreendido.

20h40

– CÂMERA VIAJANTE
(Direção: Joe Pimentel. Brasil, 2007, Doc., 20 min.)

Sinopse
Documentário que retrata o universo e o ofício dos fotógrafos populares que atuam nas festas, feiras e romarias do interior nordestino. A visão do artista do retrato pintado, suas técnicas e seu trabalho.

- ANNIE LEIBOVITZ - A VIDA ATRAVÉS DAS LENTES - Annie Leibovitz: Life Through a Lens
(Direção: Barbara Leibovitz. EUA,
2006, Doc., 79 min.)

Sinopse
Fotógrafa norte-americana contemporânea, Annie Leibovitz produziu algumas das mais famosas imagens dos últimos 30 anos que podem ser consideradas as mais influentes no mundo da fotografia. Glamour, riqueza e poder foram algumas das características registradas por Annie em seus trabalhos para revistas renomadas no mundo, como Vogue e Rolling Stone. Porém, não só isso faz parte de seu extenso portfólio. Os horrores provocados pela guerra em Sarajevo e Ruanda também foram documentados com seu estilo único de registro. Neste documentário, Annie divide com o espectador seu processo artístico, suas experiências durante a carreira além de um balanço sobre fama e família, sempre registrados de uma forma intimista que vai de seu estúdio até seu descanso na fazenda.

1° FESTIVAL DE ARTE E CULTURA DA UPE

- PROGRAMAÇÃO –

10/11 (QUARTA-FEIRA) 11/11 (QUINTA-FEIRA) 12/11 (SEXTA-FEIRA)

OFICINAS

9h às 12h

GRAFITAGEM COM SPRAY

Oficineiro: Johny (33CREW e design/CEFET)

9h às 12h

GRAFITAGEM COM SPRAY (CONTINUAÇÃO)

13h30 às 17h30

TEATRO

9h às 11h30 e 14h às 17h30

ELABORAÇÃO DE PROJETOS CULTURAIS

Oficineiro: Diretoria de gestão do Funcultura

9h às 11h30 e 14h às 17h

AUDIOVISUAL NO CELULAR

Oficineiro: Wilson Freire (Cineasta e FCM/UPE)

13h30 às 17h30

TEATRO

Oficineiro: Bené (Cia de Teatro Falaz)

14h às 17h

GRAFITAGEM COM TINTA GUACHE

Oficineiro: Ourinho (Castelinho) BATE PAPOS

9h às 11h30

CULTURA E TURISMO

Debatedores: Paulo André (Astronave); José Telles (Jornal do Commercio); Marcelo Pereira (Jornal do Commercio) - Mediadora: Profa. Maria Lana Monteiro (FACETEG/UPE)

9h às 11h30

MÚSICA COMO NEGÓCIO

Debatedores: Sanae Souto (Produtora); Leonardo Salazar (Sebrae); DJ Dolores (Produtor) - Mediador: Ugo Portela (FCAP/UPE)

9h às 11h30

CULTURA E AS NOVAS MÍDIAS

Debatedores: Leo Antunes (produtor); Roberto Azoubel (MINC); Renato L (Secretário de Cultura do Recife) - Mediadora: Prof. Francisco Saboya (Porto Digital e FCAP/UPE)

14h às 17h

ECONOMIA DA CULTURA

Debatedores: Tarciana Portella (MINC); Fernanda Ferrário (Sudene); Edgar Andrade (Fundarpe) - Mediador: Prof. Edmauro Assunção (FCAP/UPE)

14h às 17h

ARTE É SAÚDE

Debatedores: Daniela Barreto (Castelinho); Wilson Freire (FCM/Castelinho/UPE) - Mediador: Prof. Carlos Reinaldo Carneiro Marques (FCM/Castelinho/UPE)

Apresentação de filmes produzidos por alunos no castelinho e do grupo de flauta do pacientes do HuOC.

14h às 17h

PRODUÇÃO DE ESPETÁCULOS

Debatedores: Paula de Renor (Remo Produções); Mônica Lira (Grupo Experimental de Dança); Clébio Marques (ARTEPE) - Mediadora: Profa. Paula Gonçalves da Silva (FACITEC/UPE)

18h

MARACAFENSG

Maracatu formado por alunos da FENSG.

19h

ABERTURA OFICIAL

Com a presença do Magnífico Reitor da Universidade de Pernambuco Prof. Carlos Fernando de Araujo Calado; Pro-reitor de Extensão e Cultura Prof. Álvaro Antônio Cabral Vieira de Mello; e demais convidados.

ENCONTRO DE CORAIS DE PERNAMBUCO

Coral UPE

Coral Vozes do Recife

Coral João Pernambuco

Coral Afag Olinda

Coral Via Voz

19h

TEATRO

 Lembranças: Teatro com Idosos (FENSG)

 Sérgio Amoroso em: A vida é uma caixinha de surpresa (FACITEC)

 Mitos e Verdade (FENSG)

 Vamos ver (FFPNM)

19h

DANÇA

 Frevo (Escola do Recife)

 Articulações, ossos, músculos para onde eles me levam (ESEF)

 Pensar universal samba de cooco parelha trocada e o tic tac do tempo (FACETEG)

19h

POESIA

 Anseios (FACITEC/UPE)

 Quase vidas (ICB/UPE)

 Doenças de Chagas: cem anos de descoberta (FENSG)

 Existência (FOP/UPE)

21h

MÚSICA

 Grupo Cultura – Coco dos Pretos (FFPNM/UPE)

 Sarah Cabral (POLI/UPE)

 A Deriva (FACETEG/UPE)

 Gambiarra Cybernética (HUOC)

 Evandro Pedro e Luís Alexandre (FACITEC)

MUNDO LIVRE S/A

Show de encerramento

Teatro Arraial

O Teatro Arraial, criado durante a administração cultural de Ariano Suassuna, foi inaugurado em agosto de 1997. Desde então, recebeu espetáculos esporádicos de teatro e dança e serviu para exibições cinematográficas, além de ter oferecido cursos, palestras e debates sobre artes cênicas em geral.

O
espaço é uma casa de pequeno porte, com 94 poltronas, ar-condicionado central e dois camarins. O palco do Teatro mede 9,4 metros de largura e 7 metros de profundidade. A Fundação do Patrimônio Artístico e Histórico de Pernambuco (Fundarpe) administra o Teatro Arraial, que pertence ao Governo do Estado de Pernambuco.

Documentário sobre município de Manari é destaque na revista Carta Capital

Projeto audiovisual financiado pela Fundarpe mostra a realidade local pelos olhos de Valéria Fagundes

Paulo Rebelo para Carta Capital

Não foi preciso tanto tempo para a “pior cidade do Brasil” virar um pequeno oásis no meio do Sertão nordestino. Manari, 400 quilômetros a sudoeste do Recife, divisa entre Pernambuco e Alagoas, deixou de ser o retrato do subdesenvolvimento para transformar-se em ícone de um Brasil profundo. Tem a cara, o cheiro e o jeito de centenas de municípios que a maioria das pessoas nunca ouviu falar e nunca vai conhecer. Com segredos paulatinamente esquecidos ou enterrados.

Segredos que a manariense Valéria Fagundes decidiu revelar a partir de um sonho guardado há sete anos, desde quando Manari tornou-se nacionalmente famosa ao ser alçada pela Organização das Nações Unidas à condição de município com o pior Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) do Brasil – a última colocada no ranking entre 5.507 cidades brasileiras. “Não foi fácil ver na televisão que a gente era a pior cidade do Brasil. Pior ainda, ver tantas pessoas querendo tirar proveito da situação”, explica a jovem estudante de jornalismo e diretora estreante durante os últimos takes de um documentário com o qual pretende mostrar como Manari está além dos vexaminosos índices de saneamento, saúde e educação.

Forçados à condição de “coitadinhos”, viram o desenvolvimento chegar (telefone, asfalto, comércio, um pouco mais de água…) como num passe de mágica e começaram a perguntar: se era tão fácil, por que nunca fizeram antes?

São dúvidas a perdurar desde 2003, quando foi divulgado o ranking no Atlas de Desenvolvimento Humano do Pnud. Pouco depois, CartaCapital foi a Manari (abril/2004) para verificar o curioso contraste: uma população sem emprego e sem expectativas, de fato, mas ao mesmo tempo feliz e solidária com seus pares de uma forma única. Não tinham nada a reclamar.

Em julho de 2006, a revista voltou ao município para ratificar, novamente, as reclamações da jovem Valéria: o desenvolvimento chegou, sem dúvida. Telefone que antes não existia, asfalto para ligar a cidade até então totalmente isolada (50 quilômetros de mato, barro e pedregulhos até a rodovia mais próxima) e outras benfeitorias.

Passados os holofotes midiáticos, os projetos sociais sucumbiram, os investimentos caíram e os políticos minguaram. O papo bonito de inclusão social e digital de governos (municipal, estadual e federal) funcionou até ir parar em capas de revistas e jornais. Depois, tudo ficou entregue à própria sorte.

A população de Manari, contudo, continua a mesma, do jeito “que Deus permite”, e com ricas histórias de vida a serem contadas no documentário realizado com o apoio de Flávio Gusmão (23 anos) na direção de fotografia e filmagens, Pedro Luna (27) na codireção e produção, Luara Dal Chiavon (20) no áudio e um pequeno aporte financeiro da Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe). “Batemos na porta de todas as empresas, bancos e governos que faturaram em cima de uma tristeza que nunca existiu, mas não liberaram nem 1 real. De última hora, conseguimos aprovar um pequeno projeto na Fundarpe para cobrir uma parte dos custos”, afirma Valéria, satisfeita por poder contar com a ajuda (às vezes, até mesmo financeira) de seus conterrâneos. Eles relatam como surgiu o vilarejo no meio do nada, a luta pela sobrevivência ontem e hoje. E, aos poucos, reconstroem o folclore e a cultura local.

Aos 65 anos, Sebastião do Pandeiro é um dos personagens que abrem o “cofre” de sua memória pela primeira vez. Cita os relatos deixados pelo bisavô sobre as primeiras casas naquela região que, até 2003, parecia não existir no mapa. João de Hortência, de 94 anos, parece voltar à juventude quando a equipe de filmagem consegue reunir cantadores para tocar a Mazuca, hoje esquecida pelos jovens e desconhecida por muitos pesquisadores diante da falta de representantes ainda vivos. E ele dança, dança sem parar, incansável.

São histórias que surpreendem a própria Valéria, nascida e criada em Manari, há apenas três anos e meio instalada no Recife. “Na faculdade vi o poder de mobilização que o cinema tem e cultivei o sonho de fazer um documentário para mostrar esse lado que as pessoas não conhecem. Mas nunca imaginei encontrar tamanha fartura de histórias e de cultura, pessoas com tanto a ensinar, mesmo tão isoladas.”

Entre as surpresas históricas, a descoberta de um possível lençol freático em Manari Velho, um distrito sem estrada e, há até bem pouco tempo, sem energia elétrica. “Aqui não tem nada, mas água nunca faltou e é água da boa”, garante José Domingos Filho, em cujo terreno há coqueiros em abundância, cana-de-açúcar, animais e uma vegetação verde de dar inveja a muito fazendeiro rico.

Cosme João dos Santos herdou um pequeno engenho do pai, onde realiza todo o processo de plantação de cana para fazer rapadura, mas vende apenas localmente para vizinhos e amigos. Situação bem explicada pelo comerciante Paulo Celso de França, fundador e vice-presidente da Associação Cultural Oásis, recentemente transformada em ponto de cultura: “Manari tem um milhão, mas o povo não tem um tostão”, diz, referindo-se aos investimentos que contrastam com o excesso de burocracia e a inoperância política para pequenas benfeitorias que poderiam melhorar a vida do pequeno agricultor e produtor. O fim da falta de água, para começo de conversa.

Curiosa, também, a vida de agricultores como Seu Tião (Sebastião Xaveiro de Oliveira), analfabeto e hoje um orgulhoso apicultor. “Agricultor é que nem animal, não sabe nada da vida, não participa de nada.” Depois de fazer um curso da Serta sobre apicultura (nos tempos áureos das manchetes de jornais), Seu Tião mantém um pequeno apiário e engarrafa o mel do jeito que pode, mas não tem os meios para escoar a produção. Mal consegue vender na feira semanal de Manari. Tem um milhão, sem ter um tostão.

Fonte:
Carta Capital