quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Como as “fugas” de discos novos ocorrem


Hoje em dia são poucos os álbuns que chegam mais chego às superfícies comerciais do que às redes de partilha de ficheiros. Inevitavelmente, mais tarde ou mais cedo, o disco acaba por ficar disponível antes da data oficial de lançamento. As grandes companhias discográficas tentam ao máximo impedir que isso ocorra, mas sem grandes resultados.
Chegam até a gastar quantias enormes em dinheiro para que empresas especializadas acrescentem uma marca de água digital a cada cópia individual cedida em avanço aos jornalistas. Quando a “fuga” ocorre este código de encriptação permite identificar a sua origem. Supostamente, este sinal impediria que o disco fosse reproduzido num computador, mas nem sempre é assim…
Se já é tarde demais e o disco já circula por “aí” contratam os serviços de empresas como a Media Defender, Web Sheriff e MediaSentry, que se dedicam a vasculhar a Internet à procura dos pontos de fuga, enviando em seguidas intimações aos responsáveis.
Mas todo esse arsenal empregue pela indústria discográfica nunca impede o processo, limitando-se apenas a travar a disseminação da música. Até há pouco tempo, contudo, parecia haver um acordo tácito entre as companhias discográficas e os meios de comunicação social - rádios, revistas e jornais - que atrasava a divulgação do lançamento para a véspera da sua saída para as lojas. O acesso ao disco estava praticamente vedado a todos os outros.
Tudo mudou com o Napster, o P2P e as redes de partilha de ficheiros. Para saberem como mudou, sugiro a leitura de “Days of the Leak”, um artigo publicado pelo jornalista Douglas Wolk na revista Spin (via ) que aborda o papel de trackers privados como o Oink e o Demonoid e dos blogs de MP3s.
Um dado interessante que o artigo não refere é que a banda britânica Oasis foi a primeira a sofrer na pele os efeitos dessa mudança, quando uma cópia das sessões de demos do seu álbum Standing on the Shoulder of Giants foi disponibilizada na Internet em Janeiro de 2000, mais de um mês antes da data de lançamento oficial. Outra “fuga” inicial famosa foi o mítico Kid A dos Radiohead, que surgiu no Napster um mês antes do lançamento, em Outubro de 2000. Isso não impediu, contudo, que o disco tenha-se estreado no topo da tabela de vendas no Reino Unido, Estados Unidos, França, Canadá, Irlanda e Nova Zelândia…


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