quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Regra mais que básica.

A REGRA DOS TERÇOS

Essa regra foi criada há muito tempo, lá pelo século XIV durante o período conhecido como Renascença. Se o próprio Leonardo da Vinci e Michelangelo adotaram essa regra em suas obras-primas você, sem pretensão alguma, deveria dar alguma atenção.

A primeira coisa que você deve fazer para usar essa regra é dividir a cena em três linhas verticais e horizontais como em um jogo da velha.

A interseção das quatro linhas cria quatro pontos focais que chamaremos de A, B, C e D. Esses pontos são o cen­tro passivo das atenções para quem olha uma cena. Pode parecer subjetivo, mas comece a olhar para uma cena con­siderando essas linhas e pontos imaginários.

A regra dos terços nos diz para colocarmos o assunto de maior atenção em algum dos terços da cena. Não é necessário ocupar todos os pontos ou linhas, mas situar em algum deles o elemento principal da foto. Em algum tipo de foto esse conceito pode ser até desprezado, como no caso de uma foto de textura (veja o próximo capítulo); contudo, ela deve ser sua principal regra a ser seguida como padrão.

Você verá mais adiante que a lei dos terços aparecerá em outros tópicos da composição.

OS OLHOS DEVEM SER POSICIONADOS

EM UM DOS PONTOS.

Quando estiver fotografando uma pessoa, procure ori­entar a posição para tentar manter os olhos em um dos pontos. Se a pessoa estiver olhando para a esquerda, coloque-a em um dos pontos da direita (B, D). Se estiver olhando para a direita, coloque-a nos pontos da esquerda (A, C). Se estiver olhando para cima, coloque-a nos dois pontos inferiores (C, D) e, finalmente, se estiver olhando para baixo, coloque-a em um dos pontos superiores (A, B).

Em fotos que encham o quadro com o rosto, procure colocar os olhos ou a boca em um dos pontos.

BALANÇO

Você pode combinar elementos do mesmo tipo e for­mato para criar um equilíbrio, o que normalmente deixa a foto muito certinha, ou misturar elementos com tamanhos e pesos diferentes.

Para fotografar elementos com tamanhos e massas diferentes, procure colocar cada um deles em um dos terços. O balanço tem relação com a dominação de um dos elementos. Toda vez que um elemento dominar o ­outro, você estará criando mais apelo para a cena.

Veja o exemplo das fotos dos Moais na ilha de Páscoa. A foto do meio está equilibrada deixando metade da foto para o céu e metade para a terra. As outras duas valorizam os elementos individualmente.

PLANOS DE TOMADA

Os planos são o modo como o assunto será registrado com relação ao posicionamento e disposição dos elemen­tos. Podemos dividir os planos em duas categorias: posi­cionamento e expressão. Os planos de posicionamento situam os elementos na cena. Nessa categoria, temos o grande plano geral, o plano geral e o plano conjunto.

Os planos de ex­pressão são usados pa­ra transmitir emoções e sentimentos por meio do enquadramento do sujeito. Eles vão desde o primeiríssimo plano, aproximando-se do rosto da pessoa até o plano in­teiro, que mostra todo o corpo.

ÂNGULO DE TOMADA

É o ângulo que adotamos entre a câ­mera e o sujeito. Temos três ângulos bási­cos: picado, normal e contrapicado.

O ângulo de cima para baixo, ou pica­do, diminui o objeto. O ângulo normal tem um efeito neutro. O ângulo de baixo para cima ou contrapicado aumenta o objeto.

LINHAS

As linhas podem ser usadas de diversas maneiras. Podem servir co­mo guias para conduzir a atenção do olhar para um ponto de interesse da foto ou para criar um clima para a cena. Podemos classificar as linhas em três grupos: de condução (Iead­ing lines), de horizonte e linhas de característica.

As linhas de condução vão dirigir o olhar do espectador. O ideal é que essas linhas comecem no canto infe­rior da cena e continuem até que o ponto de interesse seja atingido. Elas deveriam parar por aí, pois caso con­trário a atenção da pessoa pode con­tinuar até sua extremidade. A linha de condução pode ser formada por uma cerca, estrada, rua, raio de luz, se­qüência de objetos como árvores ou carros, a linha da praia etc. De um modo geral, esse tipo de linha causa uma sensação de profundidade.

As linhas de horizonte marcam a passagem entre a terra e o céu ou entre o mar e o céu. Use a regra dos terços para criar uma linha de hori­zonte afastada do meio da foto e tome sempre cuidado para não deixá-Ia inclinada.

A linha da calçada conduz o olhar até as cabines de telefone vermelha e as casas ao fundo.

LINHAS DE CARACTERÍSTICAS

As linhas de características são linhas subjetivas que induzem a algum tipo de emoção.

LINHAS HORIZONTAIS

Indicam paz e tranqüilidade.

LINHAS VERTICAIS

Indicam força e poder.

LINHAS DIAGONAIS

Indicam ação, movimento e força.

LINHAS CURVAS

Indicam charme e graça.

ILUMINAÇÃO

A iluminação é um componente que está estreitamente ligado à composição. Não confunda aqui iluminação com a luz em si. A iluminação tem relação com a forma como o assunto recebe a luz. Ela funciona como um elemento de condução do olhar. Você pode usar a iluminação para chamar mais a atenção para uma parte da cena ou tirar a força que um elemento possui.

Uma luz de fundo ajuda a separar o primeiro plano do segundo.

Uma luz lateral dá volume e ressalta as formas do assunto fotografado. Veja o capítulo que aborda a luz para entender melhor esses conceitos.

FORMATO

O formato da fotografia diz respeito à colocação do assunto em um retângulo vertical ou horizontal. O tama­nho, a forma e a natureza do assunto diz qual é a melhor orientação da cena. Você pode escolher en­tre o modo retrato, com orientação vertical, ou o modo paisagem, onde a cena fica dis­posta horizontalmente. Uma mudança do enquadramento da orientação da cena pode mudar radicalmente o resultado.

Aplicando os conceitos apresentados nes­te capítulo, você pode iniciar uma nova fase na sua vida de fotógrafo: pode começar a aplicar essas técnicas mesmo sem ter uma máquina nas mãos. Olhe para uma cena do seu dia-a-dia e comece a aplicar as técnicas de com­posição.

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